quarta-feira, 8 de julho de 2015

(Resenha) MIASTHENIA: "Legados do Inframundo" (2014)

Oriunda do Distrito Federal, o Miasthenia é uma das bandas mais importantes do cenário metal nacional, e para não deixar qualquer tipo de dúvidas, a banda lançou, no ano em que completa vinte anos de existência, o seu quarto álbum de estúdio intitulado “Legados do Infamundo”. De longe esse é o melhor trabalho da banda, tudo o que se ouve no álbum soa com naturalidade, sem exageros, coeso e maduro. Já na primeira audição fica perceptível a evolução da banda desde o seu primeiro lançamento de 2000, “XVI’

A banda continua com suas letras em português e com seu lirismo característico sobre a cultura dos povos sul-americanos, o que faz a leitura do encarte ser mais interessante, principalmente por ser escrito por Hécate (vocal/teclados) que é formada em história e tem conhecimento em suas letras.

As guitarras estão mais influenciadas pelo heavy metal tradicional que nos álbuns anteriores. As dobras, melodias e solos atestam a inspiração vinda das bandas mais clássicas do estilo. Em contra partida a bateria, que desta vez tem como responsável V. Digger, beira o animalismo consciente de suas batidas, tamanha a brutalidade e técnica demonstrada pelo novo membro que se juntou à banda em 2012.

Outro ponto que chama a atenção, tanto positiva quanto negativamente, é a arte gráfica. A capa tem um desenho belíssimo em seus traços, cheio de detalhes e que traduz perfeitamente em uma imagem o que a banda transmite em suas letras, porém a parte responsável pela impressão deixou a arte escura demais, ocultando boa parte das particularidades da obra.


Ano de Lançamento: 2014
Estilo: Pagan Black Metal
Origem: Brasil
Gravadora: Misanthropic Records/Mutilation Records

Formação:
Hécate (Vocal e teclados)
Thormianak (Guitarra)
V. Digger (Bateria)

Track-list:
01-Deusas Fúnebres
02-Saga ao Xibalba
03-Entronizados na Morte
04-Sacerdote – Jaguar
05-Tok Yah
06-13 Ahav Katun
07-Senhores do Mitnal
08-Legados do Inframundo
09-Onde Sangram Pagãs Memórias

Contato
MySpace: www.myspace.com/miasthenia


terça-feira, 7 de julho de 2015

(Resenha) NARCOTIC WASTELAND: "Narcotic Wasteland" (2014)

Dallas Toller-Wade poderia simplesmente ficar na sua zona de conforto em que uma banda de renome como o NILE proporciona a qualquer um de seus integrantes, e jamais se aventurar por outros caminhos. Porém não é o que foi feito. Durante os intervalos das gravações e turnês do NILE, Toller-Wade dava vida ao seu futuro projeto denominado NARCOTIC WASTELAND.

Edwin Rhone, amigo de longa data de Dallas de outras bandas em que tocaram juntos em meados dos anos 90, foi convidado para fazer dupla nas seis cordas. Rhode trouxe junto com ele seu conhecido baixista, Chris "Lutachrist" Dupre. Porém mesmo a procura durante dois anos de um baterista, a vaga só foi preenchida após a indicação de George Kollias, Erik Schultek foi o escolhido.

O álbum lançado no dia 15 de janeiro deste ano tem sua temática abordando o abuso de drogas, tanto as ilícitas quanto as usadas nas ruas, como o álcool e seus efeitos perante a sociedade. Embora possa soar estranho o tema abordado, já que muitos esperariam algo batido dentro do death metal, como rituais satânicos, desmembramentos, perversões sexuais ou mesmo algo relacionado à temas históricos como os praticados pelo NILE, as letras passam a não comprometerem e ainda se encaixam após algumas audições.

Na parte sonora a inspiração não foi muito longe no quesito evolução musical, embora o som seja um death metal bem trabalhado com músicos muito técnicos, sempre soa como se já tivéssemos ouvido isso em algum lugar. Algumas partes lembram até mesmo o NILE, mas sem aquela atmosfera típica encontrada nas musicas compostas em sua maioria por Karl Sanders. A ponto forte das músicas esta na produção que ficou ao encargo de Maor Appelbaum (Adrenaline Mob, Halford, Angra e Sepultura) que deixou o som limpo e bastante audível.

Embora seja inevitável as comparações com o NILE, o NARCOTIC WASTELAND é uma banda acima da média, com integrantes que sabem indubitavelmente reger os seus respectivos instrumentos não deixando de empolgar o ouvinte ao longo de suas 9 faixas. O entrosamento entre os quatro membros deve melhorar com o tempo, deixando a perspectiva de um segundo álbum ainda melhor e mais original.


Ano de Lançamento: 2014
Estilo: Death Metal
Origem: E.U.A.

Formação:
Dallas Toler-Wade (Guitarra, Vocal)
Ed Rhone (Guitarra)
Erik Schultek (Bateria)
Chris "Lutachrist" Dupre (Baixo, Vocal)

Track-list:
01-Anthem for the Mentally Scarred
02-Alcoholic Religious Fanatics
03-Keeping Up with the Jones
04-The Shackles of Sobriety
05-Addicted to Junk
06-Widespread Narcotic Wasteland
07-Coastal Killings
08-Awaken the Herd Beast

segunda-feira, 6 de julho de 2015

(Resenha) SUFFOCATION OF SOUL: "The First Attack" (2014)

Não bastasse a quantidade de ótimas bandas que há no Brasil de thrash metal, eis que surge mais uma com grande potencial para encorpar esse gênero que tem como representantes as excelentes Violator, Bywar, Attomica, Claustrofobia, Distraught, Farscape, apenas para citar algumas.

Vindo da Bahia, o Suffocation of Soul lança seu debut de forma magistral. Intitulado “The Fisrt Attack” o álbum traz um thrash metal com influência do heavy metal tradiconal oitentista. Formado em 2006 a banda carrega em seu currículo uma demo de 2008 e um EP lançado em 2012 que serviram de laboratório para o seu primeiro full, que foi lançado através da aliança de nove selos do underground brasileiro, Insulto (SE), Kill Again Records (DF), Music Reunion Prod's & Metal Reunion Records (RJ), Violent Records (SP) Guillotine Prods (PI), Desgraça na Terra Records (ES), Terceiro Mundo Chaos (PR), Rock Animal (RS) e Guerrilha (BA).

Com uma produção muito bem feita o disco roda sem que o ouvinte perceba e logo coloque pra rodar novamente. O trabalho de guitarras executado por Tarcisio Correia e Mauricio Souza é o ponto alto do álbum, os solos são bem elaborados com todas as notas bastante audíveis, e riffs que ficam na cabeça mesmo após uma única audição. A cozinha também faz um ótimo trabalho deixando o som com uma marcação precisa e pesada.

A primeira música do álbum, “Urban Cancer”, tem um refrão forte e na medida certa. A faixa título conta a história sobre alguém que resolve sair pelas ruas espalhando o terror com gazes tóxicos, sendo a letra o conceito da arte gráfica. “Império Humano” é um cover da clássica banda carioca de speed/thrash metal, Taurus,  e ficou muito interessante com os vocais de André Costa. Outro som que se destaca é a instrumental “Gates of Sodom” com mais de dez minutos e suas variações.

A capa remete aos trabalhos das bandas da década de oitenta com uma arte bem caprichada, porém, o encarte tem alguns erros de digitação, mas nada que prejudique o trabalho da banda.

A proposta do grupo em sua estréia ficou de grande qualidade e eficácia, já que a mesma não pretende inovar e segue a formula do estilo. Ficam os parabéns ao Suffocation of Soul e aos selos por acreditaram no trabalho da banda, pois fica provado que acertaram na escolha.


Ano de Lançamento: 2014
Estilo: Thrash Metal
Origem: Brasil
Gravadora:Insulto/Kill Again Records/Music Reunion Prod's & Metal Reunion Records/Violent Recods/Guillotine Prods/Desgraça na Terra Records/Terceiro Mundo Chaos/Rock Animal/Guerrilha

Formação
André Costa (Vocal e Baixo)  
Tarcisio Correia (Guitarra)
Marlon Pacheco (Bateria)
 
Mauricio Souza (Guitarra)

Track-list:
01-
Urban Cancer
02-
Dead World
03-
The First Attack
04-
Heavy Artillery
05-
Imperio Humano (Taurus cover)
06-
H.T. (Unholy Invasion) 
07-Gates of Sodom
08-Prelude to a Nuclear War

domingo, 5 de julho de 2015

(Resenha) GUTTED SOULS: "Unconscious Automaton" (2012)


Formado a partir da banda Necropedophile, da qual hoje apenas o vocalista Iron permanece, o GUTTED SOULS ganhou vida em 2004. Após diversas mudanças na formação, a banda atualmente esta estabilizada com Iron (Vocal), Luís Pulis (Bateria), Marcos Medeiros (Baixo), Wellington Ferrari e Leandro XSA (Guitarras).

Nesses quase dez anos de estrada a banda fez vários shows pelo Brasil, porém foi só em 2012 que os cariocas gravaram o EP “Unconscious Automaton” para divulgação de suas músicas e ideias.

E o que se ouve em “Unconscious Automaton” é algo que certamente os fãs mais fiéis de Suffocation, Cannibal Corpse e Disgorge irão apreciar, pois é um Technical Brutal Death Metal executado com extrema perfeição. O EP é dividido em seis faixas, sendo que duas são bônus registradas anteriormente em uma DEMO e lançada apenas de forma virtual.

Das músicas apresentadas a que mais chama atenção é a “Dancing to the Sound... Of the Power that Be” com suas paradas e o vocal do Iron mesclando entre o gutural totalmente ininteligível e o mais berrado, mas dentro do seu estilo grave, que também esta presente nas faixas que se seguem.

Em “Psychopathic Ruler” e “Words of Hate” os solos de guitarra lembram os praticados por Torrence Hobbs (Suffocation), principalmente a segunda com a base cadenciada e o solo sendo alternado entre o palhetado de forma mais rápida e o melódico. O curioso é que em “The Undying Stars”, onde não há solos, os riffs são mais expressivos.

A bateria e o baixo também se destacam na gravação, o primeiro pela técnica e precisão e o outro por estar nivelado de forma audível e dando peso na medida certa em todas as faixas. O play é fechado com duas músicas em versão demo gravadas em 2011, “Mondo Psycho” e novamente “The Undying Stars”.

Pelo material ter sido gravado no home studio do guitarrista, com exceção da bateria que foi gravado em um estúdio, a audição do CD soa bastante caseira, mas como a tecnologia evoluiu muito nos últimos anos, isso é algo que não prejudica na qualidade sonora, porém fica a impressão que poderia ter ficado melhor. Também ficou aos cuidados de Wellington o trabalho de mixagem e masterização. 


Ano de Lançamento: 2012
Estilo: Technical/Brutal Death Metal
Origem: Brasil
Gravadora: Independente

Formação:
Iron (Vocal)
Wellington Ferrari (Guitarra)
Luís Pulis (Bateria)
Leandro Alves (Guitarra)
Marcos Medeiros (Baixo)

Track-list:
01-The Undying Stars
02-Psychopathic Ruler
03-Dancing to the Sound... of the Powers That Be
04-Words of Hate
05-Mondo Psycho (Demo 2011)
06-The Undying Stars (Demo 2011)

Contato:
Site: www.guttedsouls.com
Facebook: www.facebook.com/GuttedSouls
Bandcamp: www.guttedsouls.bandcamp.com
Reverbnation: www.reverbnation.com/guttedsouls


sábado, 4 de julho de 2015

(Resenha) SMOTHERED: "The Inevitable End" (2013)


Smothered é uma banda suéca formada em 2009, e que lançou no final de 2013 seu primeiro álbum de estúdio, “The Inevitable End”, via Soulseller Records. Atualmente sua formação conta com Stoffe Eriksson (guitarra e vocal), Viktor Eklund (bateria), Martin Norman (guitarra) e Tobias Arvidsson (baixo). 

Tendo em vista o nome da banda, a capa e o país de origem, qualquer pessoa que tenha vivência com o metal saberá que o que este quarteto pratica é o famoso e já batido “Swedish Death Metal”. Aquele mesmo consagrado pelos pioneiros do estilo, como Entombed, Dismember, Grave e Nihilist. Porém mesmo sendo clichê, a banda de Estocolmo  não deixa o som feito por eles ser enfadonho, muito pelo contrário, em uma época onde bandas que tocam metal extremo buscam cada vez mais a velocidade e técnica, muitas vezes soando exageradas, Smothered simplifica as coisas e torna a audição bastante prazerosa, fazendo as 10 faixas soarem naturalmente.

A guitarra tem aquele timbre saturado do pedal da BOSS HM-2, referência do estilo, alternando entre riffs curtos e pesados e solos melodiosos e rápidos. Assim como as linhas de guitarras, o baixo também tem sua sonoridade absurdamente pesada. Juntando a tudo isso a bateria foge dos blast beats e segue aquela batida seca, e em alguns momento bumbos acelerados, fazendo mais peso ainda. Unindo ao instrumental temos o vocal cavernoso e visceral de Eriksson, que além de vocalista e guitarris é o principal compositor.

“No one left to kill” com um refrão totalmente insano (kill, kill, kill), além das "Sovereign", “Phlegethon” e "Re-Animated" que faziam parte da demo lançada pela banda em 2011 de forma independente são os destaques do full-lenght.

Apesar do pouco tempo de vida que a banda tem, os músicos são veteranos da cena metal da Suécia. Tudo indica que os próximos álbuns serão tão bons quanto seu debut. Porém não é de se esperar que eles inovem em futuras composições, mas que continuem trabalhando em cima das influências de seus conterrâneos. Embora seja um som batido, ele empolga do início ao fim, e que continue assim se o resultado for o mesmo da estréia.


Ano de Lançamento: 2013
Estilo: Death Metal
Origem: Suécia
Gravadora: Soulseller Records

Formação:
Stoffe Eriksson (Vocal e Guitarra)
Martin Norman (Guitarra)
Tobias Arvidsson (Baixo)
Viktor Eklund (Bateria)


Track-list:
01-The Ritual
02-Dead But Dreaming
03-Sovereign
04-Re-animated
05-No One Left To Kill
06-The Crawling Chaos
07-Phlegethon
08-Madness Take Me
09-Green River Anthem
10-The Inevitable End


sexta-feira, 3 de julho de 2015

(Entrevista) ATROPINA: "Buscamos retomar o bom e velho Death Metal dos anos 90"

Oriunda do Rio Grande do sul, a Atropina esta prestes a lançar seu segundo álbum de estúdio. Para saber mais sobre como será o novo trabalho, as trocas de formação, o tempo que a bandas ficou parada, a mudança no nome e mais acontecimentos nesses dezoito anos de existência da banda, conversamos com Murillo Rocha, vocalista da Atropina.


A banda esta para lançar o álbum Mallevs Maleficarvm e obviamente a temática a ser abordada será o livro em questão, mas qual o motivo dessa escolha? E o que mais pode ser adiantado para quem esta aguardando o novo trabalho da banda após treze anos?

Nas letras da Atropina sempre estiveram bem presentes as críticas às religiões cristãs, e desta vez não foi diferente. Quando decidimos retomar os trabalhos da Atropina, as músicas e as letras não estavam sendo feitas conceitualmente, mas quando descobrimos e estudamos sobre o livro "Mallevs Maleficarvm", um manual de instruções de identificação, caça e execução das bruxas, vimos que as outras músicas tinham tudo a ver com o contexto do livro. Neste álbum, buscamos retomar o bom e velho Death Metal dos anos 90, cru, blasfêmico, com letras ácidas, assim como fazíamos lá em 2001.

Em 2004 a banda trocou seu nome para Legis Edax e em 2012 voltaram a usar o nome Atropina. Qual o motivo pra a mudança do nome da banda nessas duas vezes?

Em 2004 estávamos desiludidos com as letras em português e queríamos começar a cantar em outra língua, chegamos a pensar em cantar em latim, tanto que o nome Legis Edax provem do latim, no fim das contas acabamos por cantar em inglês. Acreditávamos que as letras em português eram uma marca importante da Atropina, e por isso resolvemos por tocar o projeto de uma nova banda. Algumas mudanças na formação da banda ajudaram nessa decisão.
Em 2012, quando decidimos retornar, tínhamos o propósito de criar sons com sonoridade mais voltada à Atropina e apostar na nossa língua nativa, porque acreditamos que não há forma melhor de dar apoio ao metal nacional do que cantar na nossa própria língua.

A banda conta com alguns trabalhos lançados, sendo o mais conhecido do público o álbum “Santos de Porcelana”. Porém esse registro virou item de colecionador. Existe a possibilidade dele ser relançado?

Sim, o relançamento do “Santos de Porcelana” está programado para acontecer na seqüência, e deverá contar com as 3 músicas da nossa demo “Louvar a Tudo por Nada” como bônus.

Embora você não estivesse na banda 2001 quando “Santos de Porcelana” fora gravado (Leonidas Rübenich gravou os vocais), você entrou logo depois na banda, ainda no mesmo ano. Como foi a repercussão do álbum naquela época?

Eu entrei na banda logo após o lançamento do CD, como baixista, e foi uma responsabilidade muito grande, pois o antigo baixista, Augusto, era muito bom. A repercussão do lançamento do CD foi excelente e isso fez com que a gente tivesse shows marcados por todo RS e SC, em quase todos os finais de semana.

A maioria das bandas prefere fazer suas letras em inglês, inclusive bandas nacionais. Porém nos últimos álbuns da banda as letras são em português. Vocês continuarão escrevendo suas letras em português para esse novo álbum? E por qual o motivo vocês optaram por esse idioma?

As letras do Mallevs Maleficarvm serão todas em português. Acreditamos que o metal nacional tem uma força incrível, bandas excelentes, mas ainda muito pouca credibilidade, o que é totalmente incompreensível, devido ao alto nível das bandas. Além de músicos, sempre fomos apreciadores de metal, e apoiadores do metal nacional, e sendo assim estamos sempre tentando agitar a cena local, inclusive organizando festivais desde o final dos anos 90. Acreditamos que não há maneira melhor de mostrarmos nossa força, do que contando na nossa língua.

Ainda sobre o “Santos de Porcelana”, quais as diferenças e semelhanças entre o registro de 2001 e o que sairá esse ano?

Os dois trabalhos são comuns nas letras em português com críticas fortes ao cristianismo e sua hedionda massificação de ideais e dogmas, e um som brutal feito com sangue nos olhos.
A principal diferença está na qualidade da gravação. Ficamos muito satisfeitos com o trabalho de mixagem e materização do "Mallevs Maleficarvm" realizado pelo Ernani Savaris.

A capa do novo álbum ficou excelente. Como vocês chegaram a ela e qual foi o processo de produção?

A ideia central da capa é mostrar em uma imagem todo o horror que envolve o livro, como se essa imagem fosse uma releitura da capa do Mallevs Maleficarvm. O período da inquisição foi de longe um dos mais horríveis episódios da nossa história, um período em que o poder da igreja foi tamanho que já não era necessário esconder as atrocidades cometidas, pelo contrário, essas atrocidades foram oficializadas como lei após a publicação do Mallevs.


Nos shows, como tem sido a reação do público em relação às novas composições? O pessoal pede pelas músicas antigas? E como esta a agenda de vocês?

A reação do público tem sido ótima, mas sempre tem algum pedido pelas músicas antigas, até porque o pessoal ainda não está familiarizado com as músicas novas. Duas das músicas do "Santos de Porcelana" fazem parte do nosso setlist, “Fantasmas” e a própria “Santos de Porcelana”. Pretendemos incluir ainda mais alguma música do álbum de 2001, além de uma da demo. Temos shows marcados para todos os sábado do mês de junho, dia 7 em Pelotas, dia 14 em Caxias, dia 21 em POA e dia 28 em Campo Bom.

O álbum será lançado por diversos selos nacionais. Como foi o processo de escolha de cada um? Dos que foram anunciados através da página do Facebook da banda, falta mais algum pra ser anunciado? E por que foram anunciados um de cada vez e não todos juntos?

Nós entramos em contato com alguns selos que foram recomendados por bandas parceiras e enviamos um release e uma faixa contendo diversas partes do cd. Surpreendentemente a maioria decidiu participar, e dessa forma acabamos suspendendo o envio de material para outros selos que iríamos mandar, para que não ficássemos com excesso de selos no lançamento ou que acabássemos ficando sem nada de material para a própria banda. 
Quem nos tem ajudado muito é o Gil da Cianeto. Foi ele que nos passou os contatos dos fabricantes e como seria a forma mais justa de participação dos selos. Decidimos divulgar um de cada vez para dar uma ênfase de cada um, e agora estamos iniciando a divulgação de todos juntos. Fechamos com 8 selos: Blasphemic Art Distro, Cianeto Discos, Obskure Chaos Distro, Rock Animal, Disturbed Mind Records, Violent Records, Interior Soul Distro e Retch Records. Dessa forma conseguimos uma divulgação maior do nosso trabalho no Sudeste e Nordeste.

Considerações finais aos fãs da banda.

Só temos a agradecer a todos que vem nos apoiando. É dessa forma que o underground sobrevive. Com apoio às bandas, aos selos, zines, indo aos festivais. Pode parecer para alguns que a cena está mais fraca, mas ao contrário disso, hoje temos festivais em diversas cidades do RS. Todo final de semana tem dois ou três festivais rolando. Além disso, temos selos que tem ajudado as bandas a lançar de forma oficial seus trabalhos e também temos excelentes estúdios que estão deixando as gravações com qualidades incríveis. Muitos zines que iniciaram na época das cartas continuam vivos através da internet e também em impresso.  E tudo isso é a base para que grandes bandas surjam na cena. 


Lineup:
Murillo - Vocal,
Alex - Guitarra,
Mateus - Bateria,
Fernando - Guitarra,
Cleomar - Baixo

Contato:

quinta-feira, 2 de julho de 2015

(Resenha) THE SCEPTIC: “Chaotic” (2012)

Já na capa do cd fica evidente o descontentamento de Lander "The Sceptic" (guitarra/vocal), Marcelo Nunes (baixo) e Cipriano Maffei (bateria) com o mundo em que vivemos, afinal, o metal sempre foi muito crítico à sociedade e inúmeras bandas tem como temática a insatisfação ao sistema que o homem criou e virá a criar. E é desta fonte que a The Sceptic, banda de Caxias do Sul, se inspirou para criar seu primeiro full-lenght denominado "Chaotic".

O vocal de Lander lembra Bill Robinson (Decrepit Birth) e o instrumental segue a linha death metal praticado por bandas como Morbid Angel, Malevolent Creation e Sinister. O mais impressionante é que o álbum, que tem uma qualidade acima da média, foi feito totalmente de forma independente com a produção de Lander e mixado/masterizado por Fabiano Penna (Rebaelliun - The Ordher). 

Com o cenário lírico consolidado não surpreende ter como abertura do CD parte da trilha sonora do documentário "Zeitgeist" (2007) composta por Peter Joseph. Interligado com a  introdução tem inicio "New Worl Order" que é o ponto alto do álbum junto com "Evolutionary Phenomenom (Psychocenesis II)" e "Worlwide Hypnosis". "Systems Collapse" e "Fake Values Imposed" dão continuidade ao trabalho dos gaúchos com ótimos solos e uma bateria e baixo com  timbres bem encaixados. Fecha o CD "Lifeless", essa com um refrão bem elaborado, "Filthy Race" e "Chaotic".

Apesar de não inovar, a banda faz um death metal bem elaborado visual e instrumentalmente. Fãs do estilo certamente não irão se decepcionar com o caos proposto pelo trio que está buscando cada vez mais espaço na cena metálica do Brasil.


Ano de Lançamento: 2012
Estilo: Death Metal
Origem: Rio Grande do Sul - Brasil

Formação:
Lander "The Sceptic" (Guitarra, Vocal)
Cipriano Maffei (Bateria)
Marcelo Nunez (Baixo)

Track-list:
01-New World Order
02-Evolutionary Phenomenom (Psychocenesis II)
03-Worldwide Hypnosis
04-Systems Collapse
05-Fake Values Imposed
06-Lifeless
07-Filthy Race
08-Chaotic

Contato